Para desempenhar sua missão, todas as igrejas na face da terra precisam ter a visão geral do propósito eterno de Deus. Deus persegue um alvo desde a fundação do mundo, e a história só terminará quando ele alcançá-lo. A visão geral é o que Deus propôs desde o início. Todos os personagens da Bíblia como Abraão, Noé, Moisés e Davi, por exemplo, trabalharam a partir dessa visão geral. Durante toda a História, ninguém pôde servir a Deus sem contribuir para a realização desse propósito.

Em cada época da História, a visão geral de Deus se encontra numa fase diferente de implantação que chamamos de visão atual. Não é possível contribuir para a visão geral sem entender a visão atual e colaborar para o seu avanço. Vejamos Noé, por exemplo. Em seus dias, a visão atual era construir uma arca. Qualquer pessoa que falasse outra coisa estava fora da visão e morreria no dilúvio que estava vindo sobre a terra, pois só seria salvo quem estivesse na arca. Em que fase está o plano eterno de Deus hoje? Qual deve ser a visão atual da igreja na face da terra, neste planeta que está rodando no espaço?

A IMINENTE VOLTA DE JESUS! Ele está prestes a voltar! O plano de Deus está chegando às suas etapas finais. O que precisamos fazer a fim de nos preparar para esse evento? A volta de Cristo deve ser um valor comum de todos os cristãos. Não pode haver uma única rede de igrejas que a não tenha como valor principal.

No entanto, a questão sobre como se preparar para a volta de Cristo é ampla. Alguns acreditam que a igreja vai subir de repente e desaparecer e, por isso, não é preciso preparar-se para os tempos difíceis que vêm sobre o mundo. Mas nós não cremos assim. Cremos que os tempos difíceis estão chegando, e o princípio das dores já está conosco. Não sabemos quanto tempo durará esse princípio das dores até chegarem as dores de verdade, mas entendemos que a igreja estará na terra e que precisa perseverar no meio da tribulação. Na verdade, ela é quem vai contribuir para trazer essa tribulação, assim como Elias fez nos seus dias, cerrando os céus para não haver chuva, e como Moisés que feriu o Egito com as dez pragas. Em outras palavras: a igreja não será apenas uma plateia passiva, mas um grupo profético de protagonistas dos últimos dias. As trevas cobrirão a terra, mas a luz surgirá sobre nós. A igreja estará muito ativa, e as exortações das Escrituras são: “Prepare-se, e não compre pouco azeite porque pode ser que o Noivo se atrase”.

Você percebe como isso é prático? Muitos acham que basta frequentar as reuniões aos domingos. De certa forma isso é bom, porque ajuda as pessoas a continuar sendo crentes, mas, quando as trevas vierem, não ficarão firmes porque não juntaram azeite suficiente. Se você não alertar sua igreja sobre a prioridade de preparar-se para a volta de Cristo, você poderá ser um obstáculo para a obra de Deus na terra. Não basta fazer com que as pessoas se sintam confortáveis (pastoreadas, visitadas, tranquilas emocionalmente e financeiramente), e que você apenas estenda a mão às que estão com problemas. Não que não se deva fazer isso, mas, nos tempos vindouros de tribulação, as pessoas poderão não sobreviver espiritualmente caso você, pastor, for preso por ter falado contra, por exemplo, a ideologia de gênero, e sua igreja for fechada pelo governo. Você permitiu que elas ficassem confortáveis, acomodadas, dependendo de você, da liderança ou do líder de grupo, e não compraram azeite suficiente. Jesus, quando vier, lhes falará: “Não os conheço!”.

Preparar a igreja para a volta de Cristo é uma questão urgente. Devemos, por exemplo, cobrar das pessoas: “Você está lendo a Bíblia todo dia e fecha a porta do seu quarto para orar ao Pai que está em secreto? Você conhece Deus e está tendo comunhão com ele? Você está se preparando para sobreviver e continuar firme mesmo que não haja ninguém por perto?”. Se elas responderem que não sabem, deveremos exortá-las a comprar azeite, praticando essas disciplinas espirituais e ajudando outros a fazer o mesmo. É preciso que elas se preparem, porque a noite vem quando ninguém vai poder trabalhar. É preciso trabalhar enquanto é dia, enquanto ainda temos tempo, apesar de não sabermos quanto tempo nos resta.

Comentários:

Abnério – O pastor não exerce um domínio sobre a ovelha, mas precisa incentivá-la e trabalhar para que ela compre azeite. Esse é um dos seus grandes desafios. Ele é um facilitador para que a ovelha conheça mais ao Senhor.

Clésio – Penso que, nesse assunto, entra também a questão do sacerdócio da casa, onde o pai funciona muito bem no sentido de estimular todos a buscar Jesus não só no templo, não apenas nas reuniões.

Harold – Não pode ter exagero em nenhum dos dois lados, nem da palavra profética (exortação para se preparar para volta de Cristo, repreensão, alertas) nem da palavra pastoral (palavras de cura, alimento, edificação, encorajamento, aconselhamento). A igreja adoecerá se tiver só um ou só o outro.